Estudo feito com os
répteis revela que os olhos, porém, não são tão independentes quanto aparentam.
Além de se camuflar com perfeição na natureza,
o camaleão também consegue mover seus olhos de forma independente. Ele consegue
ter duas perspectivas do mundo ao seu redor, o que, para os humanos, é quase
incompreensível. Contudo, um estudo, publicado nesta quarta-feira no periódico The Journal of
Experimental Biology,
decifrou como esses répteis fazem isso. De acordo com a equipe de cientistas
israelenses, o olhar do camaleão não é tão autônomo assim: cada um dos olhos
sabe o que o outro vê, e assim coordena seu movimento.
Não só
o camaleão, mas outros animais, como alguns peixes e pássaros, conseguem a
mesma façanha. Ao observar uma presa, o animal consegue fixá-la apenas com um
olho, utilizando o outro para verificar a presença de predadores. Cada olho se
conecta com o lado oposto do cérebro para decodificar as imagens. Assim, o lado
esquerdo do cérebro sabe o que o olho direito vê e vice-versa. No entanto, os
pesquisadores tinham dúvidas se essas duas imagens estariam mesmo tão
dissociadas. Para verificar isso, fizeram os répteis jogar um game.
O jogo
do camaleão - Os
animais ficaram próximos a uma tela, que exibia um inseto (alimento dos
camaleões) pixelado, similar às figuras do game Minecraft.
Ao observar a presa virtual, o camaleão fixou-o com um dos olhos e, com o
outro, verificou a ausência de perigo. Então focou os dois olhos no inseto e
esticou a língua.
Em seguida, os especialistas 'pregaram uma peça' no camaleão: o
inseto cibernético transformou-se em dois quando começou a voar. Surpreso, o
lagarto puxou a língua para dentro da boca e, com cada olho, começou a
acompanhar os movimentos dos insetos, voando em direções opostas. Ele ficou
indeciso por alguns segundos, sem saber qual das presas atacar. Quando
escolheu, focou os dois olhos na mesma direção e esticou a língua.
"Se os olhos fossem completamente independentes, um sem
saber o que o outro enxerga, o animal ficaria para sempre indeciso. Mas o que
acontece é que um deles fica estático e o outro converge em sua direção",
disse Gadi Katzir, professor do departamento de biologia da Universidade de
Haifa e um dos autores do estudo.
Ainda de acordo com os pesquisadores, esse estudo mostra que um
dos olhos tem algum conhecimento da visão do outro. Assim, as informações são,
de alguma forma, cruzadas e reunidas no cérebro. O conhecimento desse processo
poderia ser útil para o homem, no detalhamento da percepção e memória visual,
ou para a descoberta de soluções ópticas que podem ser úteis tanto para a
ciência quanto para a indústria.
Fonte
: veja.abril.com.br
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