As espécies mudam com
o decorrer do tempo. Hoje existem aproximadamente dois milhões de espécies de
organismos vivos sobre a Terra, incluindo bactérias, fungos, plantas e animais.
Todas elas procedem de um antepassado comum, conforme uma grande quantidade de
provas biológicas reunidas por estudos científicos. Porém, não é a mesma
variedade de organismos vista há milhões de anos, quando havia espécies muito
diferentes das atuais e outras que desapareceram. A teoria da evolução trata
das evidências da origem dos seres vivos e das mudanças lentas e graduais que
sofreram desde seu aparecimento até os dias atuais.
1.
Os organismos evoluem e se modificam
Até o começo do século XVIII, aceitava-se a teoria da não mutação, que
considerava todos os seres vivos imutáveis ao longo do tempo. No século XIX,
quando essa teoria já era difícil de ser sustentada, o naturalista francês
Georges Cuvier propôs que os fósseis correspondiam a organismos extintos e que
a Terra tinha sido povoada por uma série de animais e plantas diferentes dos
atuais. Mais tarde, surgiram várias teorias afirmando que os organismos mudam
lenta e gradualmente ao longo do tempo.
A presença de dentes
nos maxilares, a cauda comprida e os três dedos livres com as unhas curvadas
nas extremidades dianteiras são algumas características répteis do
Archaeopteryx litographica.
A plumagem é própria
das aves.
2.
Os fósseis são prova da evolução
Hoje, conhecemos uma grande quantidade de fósseis. Neles, são percebidas as
mudanças anatômicas progressivas que ocorreram entre as formas primitivas e as
atuais. As formas intermediárias entre uma espécie e outra proporcionam uma
grande quantidade de informações a respeito dos mecanismos da evolução.
O Archaeopteryx
litographica é considerado uma das provas de que as aves evoluíram dos répteis.
Seu organismo fóssil permite observar características de ave e réptil.
3.
As revelações da estrutura óssea
O
estudo comparativo da estrutura anatômica de seres vivos diferentes também
ajuda a entender os mecanismos da evolução. O fato de os membros anteriores de
um homem, de uma rã ou de um delfim (mamífero aquático) terem a mesma estrutura
óssea, ainda que utilizada de maneiras variadas, é indício de uma
ancestralidade comum.
4. A
adaptação dos órgãos
De mesma origem, os
órgãos homólogos podem eventualmente desempenhar funções diferentes. A
avaliação das funções da pata de um cavalo e da asa de um morcego, por exemplo,
serve para exemplificar o conceito de irradiação adaptativa. O conceito de irradiação adaptativa define que
organismos com parentesco evolutivo, mas que vivem em regiões diferentes,
acabaram sofrendo uma adaptação dos órgãos ao ambiente onde vivem.
De
origem diferente, os órgãos análogos exercem a mesma função e ilustram o
fenômeno da convergência adaptativa. Nestes casos, mesmo vivendo em ambientes
iguais, as pressões da seleção natural são muito semelhantes e acabam por selecionar
estruturas adaptadas ao ambiente. Desse modo, mesmo que tenham origens
distintas, as estruturas acabam se tornando parecidas, a exemplo das asas de um
inseto e asas de uma ave.
As formas anatômicas
das baleias e peixes (animais de classes diferenciadas) e suas nadadeiras
facilitam o deslocamento na água.
Plantas
de famílias diferentes adaptadas às regiões secas, possuem características
semelhantes.
5.
Animais com parentesco, embriões parecidos
Mais um argumento a favor da existência de antepassados comuns: a semelhança
entre as primeiras etapas do desenvolvimento embrionário de muitas espécies.
Estas semelhanças, porém, não são observadas nos animais adultos. As fendas
branquiais dos peixes, por exemplo, existem também nos girinos, mas não nas rãs
adultas.
As fendas branquiais
ocorrem em diferentes estágios embrionários nos anfíbios, répteis, aves e
mamíferos. Representam outro indício de ancestralidade comum. É como se todos
os vertebrados tivessem passado por uma fase "de peixe" em seu
desenvolvimento embrionário.
6.
A evolução segundo Lamarck
A teoria de Lamarck explica o crescimento do
pescoço da girafa
Lamarck teve méritos
em destacar o transformismo, mas estava equivocado na interpretação da
transmissão de dados adquiridos por falta de metodologia adequada na época.
Hoje, sabe-se que os caracteres adquiridos não são transmitidos aos
descendentes.
7.
A seleção natural de Darwin
Depois de Lamarck, o inglês Charles Darwin enunciou a sua teoria sobre a
evolução, exposta no livro A origem das espécies. Segundo Darwin, os indivíduos
de uma mesma espécie não são iguais, mas apresentam pequenas variações de suas
características (como o formato do bico ou o comprimento da cauda).
Para lembrar:
O resultado da luta
pela vida entre indivíduos de uma mesma espécie é a sobrevivência daqueles que
possuem variações mais vantajosas. É o que se conhece como seleção natural dos
indivíduos com características mais bem adaptadas.
8.
A teoria da evolução hoje
Embora a teoria da seleção natural de Darwin esteja correta em linhas gerais,
os cientistas logo se perguntaram qual era a causa da variação das espécies. O
neodarwinismo respondeu a esta pergunta salientando que a causa da variação
genética das populações ocorre por dois fatores fundamentais: o aparecimento de
fenômenos aleatórios como as mutações (mudanças no material genético) e a
recombinação genética (intercâmbio de genes entre os cromossomos na formação
das células sexuais).
Para lembrar:
A seleção natural
escolhe os indivíduos com variações mais favoráveis e permite que tenham uma
descendência maior.
Tanto a mutação como
a seleção natural explicam o processo de evolução dos seres vivos.
9.
A formação das novas espécies
Os
cientistas acreditam que a maioria da espécies surgiu depois de cumprir pelo
menos três etapas: isolamento geográfico, diversificação gênica e isolamento
reprodutivo. A partir daí, essas subpopulações são consideradas espécies
distintas.
Isolamento geográfico — a separação
física de subpopulações de uma espécie. As barreiras que isolam as
subpopulações podem ser o rio que corta uma planície, um vale que divida dois
planaltos ou um braço de mar que separe ilhas e continentes.
Diversificação gênica — a progressiva
diferenciação do conjunto gênico de subpopulações isoladas. A diversificação
gênica é provocada por dois fatores: pelas mutações, que introduzem alelos
diferentes em cada uma das subpopulações isoladas e pela seleção natural, que
pode preservar conjuntos de genes em uma das subpopulações e eliminar conjuntos
similares em outra que vive em ambiente diverso.
Isolamento reprodutivo — resulta da
incapacidade, total ou parcial, de membros de duas subpopulações se cruzarem,
produzindo descendência fértil. Em geral, depois de um longo período de
isolamento geográfico, as subpopulações se diferenciam tanto que perdem a
capacidade de cruzamento entre si, tornando-se reprodutivamente isoladas.
FONTE:http://sti.br.inter.net/rafaas/biologia-ar/resumo.htm
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