A rinite alérgica é definida
como uma inflamação da mucosa nasal, induzida pela exposição a alérgenos, que
pode resultar em sintomas crônicos ou recorrentes como: rinorréia aquosa
(corrimento nasal), prurido nasal (coceira), espirros e sintomas oculares. A
epidemiologia da rinite alérgica é pouco conhecida, mas a doença pode ser considerada
a de maior prevalência entre as doenças respiratórias crônicas.
Dentre as opções para o tratamento
farmacológico estão: anti-histamínicos sedativos e não sedativos, corticosteroides,
antileucotrienos, descongestionantes nasais e cromoglicato dissódico.
Este Boletim abordará apenas
os anti-histamínicos não sedativos. Serão comparados os custos de tratamento
dos seguintes medicamentos representantes desta classe: dicloridrato de cetirizina,
desloratadina, cloridrato de epinastina, cloridrato de fenoxifenadina, dicloridrato
de levocitirizina, rupatadina e bilastina. Não há evidências disponíveis que apontem
superioridade entre eles.
A Doença
A rinite alérgica é a
inflamação da mucosa de revestimento nasal, mediada por IgE (imunoglobulina E –
anticorpos produzidos pelo próprio organismo, cujas atividades desempenham um
papel no funcionamento do sistema imune. A sua alta concentração tem sido
associada com hipersensibilidade alérgica), após exposição a alérgenos, cujos
sintomas (obstrução nasal, rinorréia aquosa, espirros e prurido nasal) são
reversíveis espontaneamente ou com tratamento.
De acordo com a frequência
das manifestações clínicas, as rinites alérgicas podem ser classificadas em:
sazonais (ocorrem em determinados períodos do ano); perenes (durante todo o
ano); circunstanciais (sintomas esporádicos na presença dos alérgenos); e
ocupacionais (sintomas presentes nos dias de trabalho, melhorando em fins de
semana e feriados).
Segundo recomendações da iniciativa Allergic
Rhinitis and Its Impact on Asthma (ARIA) e da Organização Mundial da Saúde
(OMS), a classificação da rinite alérgica deve considerar a duração e a
gravidade dos sintomas, incluindo aspectos de qualidade devida.
Neste caso, ela pode ser
classificada em intermitente (sintomas < 4 dias por semana ou < 4
semanas); persistente (sintomas > 4 dias por semana e > 4 semanas); leve
(sono e atividades normais, sintomas não incomodam); e moderada (sono e
atividades comprometidos, sintomas não incomodam).
De acordo com o Consenso
Brasileiro sobre Rinites, de 2006, existem outras formas de renite que podem
ser classificadas com base em critérios clínicos, freqüência e intensidade de
sintomas, citologia nasal e fatores etiológicos (agentes causadores). Segundo a
sua duração, as rinites também podem ser classificadas em: aguda, subaguda e crônica.
A classificação etioló- gica parece ser a mais adequada, pois está diretamente
relacionada ao tratamento,conforme Tabela 1.2
Tabela 1 - Classificação das
rinites
segundo fator etiológico2
- Infecciosa: viral,
bacteriana, outros agentes;
- Alérgica;
- Ocupacional (alérgica e
não alérgica);
- Induzida por drogas:
vasoconstritores tópicos (rinite medicamentosa), ácido acetil-salicílico (AAS),
anti-hipertensivos, antipsicóticos, entre outras;
- Hormonal;
- Outras causas: rinite
eosinofílica não alérgica (RENA), irritantes, alimentos, emocional atrófica,
refluxo gastroesofágico, idiopática, entre outras
A rinite pode reduzir a
qualidade de vida, interferir na assiduidade e performance na escola e no
trabalho, o que resulta em custos. Tanto as rinites alérgicas quanto as não
alérgicas estão associadas ao desenvolvimento da asma, portanto, são doenças
co-existentes, uma vez que os sintomas da rinite são encontrados em 75-80% dos
pacientes com asma. Ambas as doenças geram um custo considerável para os
pacientes, empregadores e sistemas de saúde. A rinite alérgica é a forma
predominante em crianças, mas responde por 1/3 dos casos em adultos.
Apesar de não estar entre as doenças respiratórias
crônicas de maior gravidade, é um problema de saúde pública, porque afeta a qualidade
de vida dos pacientes e dificulta o controle da asma. A sua prevalência
provavelmente é subestimada, pois muitos indivíduos não a reconhecem como uma
doença e não procuram atendimento médico. Ainda assim, a rinite alérgica encontra-se
entre as dez razões mais frequentes para a procura de atendimento primário à
saúde.1
Os alérgenos precursores de
rinite alérgica de maior relevância clínica são os oriundos de ácaros da
poeira, baratas, fungos e de outras fontes alergênicas (ex: pelos, saliva e
urina de animais domésticos; restos de insetos; alimentos).
A rinite alérgica também
pode ser desencadeada ou agravada pela exposição a mudanças bruscas de clima,
inalação de irritantes inespecíficos (ex: odores fortes, gás de cozinha, fumaça
de cigarro), inalação de ar frio e seco
e ingestão de anti-inflamatórios não hormonais, em indivíduos predispostos.2
Definição de rinite
alérgica:
• Inflamação da mucosa nasal
mediada por imunoglobulina E, caracterizada por:
- Congestão (osbtrução nasal);
- Rinorréia (corrimento
nasal);
- Espirros;
- Prurido nasal (coceira)
Tratamento
A estratégia não
medicamentosa é o controle dos fatores ambientais, com o objetivo de se evitar
o contato com os alérgenos. Dentre as medidas de controle ambiental pode-se
citar: combate ao mofo e à umidade; manter ambientes ventilados; evitar bichos
de pelúcia e animais de pelo e pena.2
A remoção ou a prevenção do contato com alérgenos
é sempre recomendada, no entanto, o tratamento farmacológico é geralmente necessário.1
Aeroalérgenos (alérgenos presentes no ar):- ácaros da poeira;
- fungos;
- animas (cão, gato,
hamster);
- pólens ;
- ocupacionais: trigo,
poeira de madeira, detergentes látex;
- Irritantes poluentes:
- Intradomiciliares: fumaça
de cigarro, poluentes ambientais;
- Extra-domiciliares:
ozônio, óxidos de nitrogênio, dióxido de enxofre.
O objetivo do tratamento
farmacológico da rinite alérgica é promover a prevenção efetiva ou o alívio dos
sintomas. As principais classes de medicamentos utilizadas são:
anti-histamínicos orais, anti-histamínicos tópicos nasais, corticosteróides tópicos
intranasais, corticosteróides orais, corticosteroides injetáveis,
antileucotrienos, anti-colinérgicos tópicos nasais, descongestionantes nasais e
orais.
A adoção de medidas simples,
como lavagem nasal com solução salina ou a adição de anti-histamínico tópico ou
oral associado a uma baixa dose de corticosteróide intranasal, pode ajudar no
controleda rinite alérgica crônica;
A histamina é o principal
mediador responsável pelo aparecimento dos sintomas
característicos da rinite
alérgica. Os primeiros anti-histamínicos sintetizados (anti-H1) têm como principal
efeito adverso a sonolência e são denominados de primeira geração. Exemplos:
hidroxizina e a dextroclorfeniramina. Os anti-H1 mais novos provocam menos
efeitos colaterais e são chamados de segunda geração, dentre eles: loratadina,
cetirizina, levocabastina, azelastina, epinastina, ebastina, fexofenadina, e outros.1
Assim, os anti-H1 podem ser divididos em: anti-H1 clássicos, de primeira geração
ou sedativos; e anti-H1 não-clássicos, de segunda geração ou não sedativos.
A ação dos corticosteroides
intranasais visa à redução da inflamação da mucosa nasal, levando à melhora da
obstrução nasal, do prurido, espirros, bem como da rinorréia.
Apesar do uso tópico, os corticosteróides
intranasais exibem efeitos sistêmicos, que dependem da dose e formulação
utilizadas.2
São exemplos: dipropionato
de beclometasona, budesonida, propionato de fluticasona e furoato de mometasona.
Os corticosteróides nasais são geralmente usados no tratamento de rinite
alérgica persistente.
FONTE: http://portal.anvisa.gov.br/wps/wcm/connect/dfb7d40044ad80c9b9b6fb34353a0b82/saudeeconomia8.pdf?MOD=AJPERES
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