O planeta Terra formou-se há cerca de 4,6 bilhões de anos.
Sua aparência inicial era completamente diferente da aparência que tem hoje.
Não havia nele qualquer tipo
de ser vivo.
Supõe-se hoje, através do estudo de fósseis, que os
primeiros seres vivos surgiram provavelmente há cerca de 3,5 bilhões de anos.
Ao
longo dos tempos, várias hipóteses foram elaboradas na tentativa de responder
como os planetas apareceram – como a hipótese da geração espontânea.
A hipótese da geração espontânea
Até
o século XIX, imaginava-se que os seres vivos poderiam surgir não só a partir
da reprodução de seres preexistentes, mas também a partir de matéria sem vida,
de uma forma espontânea. Essa idéia, proposta há mais de 2.000 anos por
Aristóteles, filósofo grego, é conhecida como geração espontânea.
Segundo
aqueles que acreditavam na geração espontânea, determinados objetos poderiam
conter um “princípio ativo”, isto é, uma espécie de “força” capaz de
transformá-los em seres vivos.
Através
da geração espontânea, explicava-se, por exemplo, o aparecimento de vermes no
intestino humano, como a lombriga, ou o surgimento de ”vermes” no lixo ou na
carne em putrefação.
Logicamente,
quem assim pensava desconhecia o ciclo de vida de uma lombriga ou uma de mosca.
Hoje, sabe-se que as lombrigas surgem no intestino humano a partir da ingestão
de água e de alimentos contaminados por ovos fecundados de lombrigas
preexistentes. Sabe-se também que os “vermes” que podem aparecer no lixo e na
carne em decomposição são, na verdade, larvas de moscas que se desenvolvem a
partir de ovos depositados nesses materiais por moscas fecundadas.
A hipótese de Oparin – TEORIA
DA GERAÇÃO PRÉ - BIÓTICA
Até chegar à forma que tem hoje, com seu relevo, rios, oceanos, campos,
desertos e seres vivos, a Terra passou por diversas transformações.
Quando se formou admite-se, o planeta era tão quente que era impossível a vida
desenvolver nele. O surgimento da vida só se tornou possível com algumas
mudanças ocorridas, por exemplo, no clima e na composição dos gases
atmosféricos.
Atmosfera
primitiva
|
Atmosfera
atual
|
Hidrogênio
(H2)
|
Nitrogênio
(N2)
|
Metano
(CH4)
|
Oxigênio
(02)
|
Amônia
(NH3)
|
Gás
carbônico (CO2)
|
Vapores
de água
|
Vapores
de água
|
|
Gases
nobres
|
Os vapores de água foram um dos componentes
mais importantes da atmosfera primitiva. Admite-se que eles resultaram da
grande atividade dos vulcões. Esses vapores de água foram se acumulando na
atmosfera durante séculos.
Nas altas camadas da atmosfera, os vapores de água, na forma de densas nuvens,
resfriavam-se e, condensando-se, começaram a cair como chuva. Era o início do
ciclo da água, que ocorre até hoje (evaporação => condensação => chuva).
Como a superfície da Terra era quentíssima, a água evaporava-se quase
imediatamente, voltando a formar nuvens. Por milhões de anos, imagina-se, houve
essa seqüência de chuvas e evaporação antes que os oceanos fossem formados.
Somente quando a superfície da Terra se resfriou muito, começou a haver acumulo
de água líquida em regiões mais baixas, formando lagos, mares e oceanos.
Foi nos oceanos primitivos que a vida deve ter se originado. Pelo menos é o que
até agora os cientistas têm aceitado como hipótese mais provável. Um deles, o
bioquímico russo de nome Aleksandr Ivanovitch Oparin (1894-1980), procurou
explicar a formação de o primeiro ser vivo a partir de moléculas orgânicas
complexas.
Das moléculas
orgânicas aos coacervados
Oparin acreditava que as moléculas orgânicas foram produzidas a partir de
reações ocorridas entre os gases existentes na atmosfera primitiva. Essas
reações teriam sido provocadas pela energia dos raios ultravioletas do Sol e
pelas descargas elétricas dos raios durantes as tempestades, então muito
freqüentes.
Entre as diversas moléculas orgânicas supostamente produzidas a partir de gases
primitivos, destacam-se os aminoácidos. Os aminoácidos formados devem ter
combinado entre si dando origem a outras substâncias mais complexas, chamados
proteínas. Ao longo de milhões de anos, as proteínas foram se acumulando nos
mares primitivos e se juntando em minúsculos aglomerados, que Oparin chamou de
coacervados.
Dos
coacervados às células
A ciência atual admite que muitas substâncias presentes nos mares primitivos
foram lentamente se juntando aos coacervados, tornando-os cada vez mais
complexos. Admite também que no interior dos coacervados ocorreram muitas
reações entre substâncias inexistentes, até que, depois de milhões de anos,
surgiram os ácidos nucléicos.
Os ácidos nucléicos organizam o material genético de uma célula e comanda suas
atividades diversas, inclusive a reprodução. Assim, com o surgimento dessas
moléculas muito especiais, os coacervados puderam se transformar em seres
unicelulares.
Os primeiros seres vivos da Terra eram unicelulares, heterotróficos e
alimentavam-se de substâncias existentes nos oceanos.
Com o passar do tempo, o número desses seres primitivos aumentou muito. Os
alimentos existentes nos oceanos foram lentamente se tornando insuficiente para
todos. Mas milhões de anos depois, após muitas modificações acorridas no
material genético, alguns desses seres tornaram-se capazes de produzir
clorofila e fazer fotossíntese. Surgiram então os primeiros seres autotróficos,
que produziam o alimento necessário para manter a vida na Terra.
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